O país do contrário

Quando criança eu li uma história do país do contrário. Nesse país tudo era ao contrário, as casas, as ruas, tudo. Era um daqueles textos de livro de português da escola e a história não se estendia muito.

Eu tentava imaginar um mundo com tudo ao contrário até ver que isso seria impossível. Mas com algumas coisas ao contrário seria sim. Pois bem. Hoje nós estamos vivendo nesse país. Percebi isso ao ver que os processos contra o delegado Protógenes Queiroz continuam e que ele pode não só ser condenado, mas perder o cargo.

Ele foi o delegado que algemou Daniel Dantas e com isso o Supremo resolveu que rico não pode ser algemado. Um detalhe importante: o policial que algemar um banqueiro pode perder o cargo e ser preso.

Ele foi o delegado que filmou a tentativa de suborno dos advogados de Daniel Dantas quando estes tentavam pagar 1 milhão de reais para que o nome do cliente não constasse no processo. Por isso está sendo processado. Talvez pra deixar de ser besta e da próxima vez aceitar o suborno. Daniel Dantas e os advogados continuam soltos e pimpões.

Por conta dessa operação que prendeu o tal do Dantas o diretor da Abin perdeu o cargo porque o ministro do supremo o acusou de colocar grampos no próprio STF. O diretor da Abin negou, os grampos nunca foram encontrados ou provados que um dia existiram mas o diretor perdeu o cargo. Não conheço o novo diretor mas se ele pisar fora da linha e não atender ao stabilishment com certeza será sacado fora também.

Outro que sofreu por ter mexido com gente grande foi Fausto de Sanctis que prendeu o Dantas, que foi solto pelo Gilmar Mendes (o juiz dos capangas), e o que o Fausto fez? Prendeu o Dantas de novo. Ora bolas o que o coroné Gilmar solta não pode ser preso por um juizinho qualquer não.

Como não pode mandar os capangas o Gilmarzão soltador de ladrão mandou baixar a vara (da justiça) no lombo do De Sanctis.

Em um outro processo De Sanctis estava sendo acusado de continuar uma investigação!!!!
Sim! Você leu correto! No Brasil os juizes são acusados de investigar.

Mas é óbvio! Onde já se viu um juiz investigando em pleno Brasil. Ora seu juiz, vá vender sentença, aceitar suborno ou bater a carteira de um cidadão ou fazer qualquer coisa que um juiz faça enquanto não livra algum ladrão da cadeia.