sábado, novembro 10, 2007

Só o Fim

Acordei cedo. O café já estava na mesa.
Minha mãe tava lá fora com suas muletas, resultado de um acidente de carro.
Tomei o café, me despedi e caminhei. Olhei apenas uma vez pra trás e ela continuava lá na esquina, me olhando. Aquela seria uma viagem difícil. Eu não tinha o direito de não ser aprovado na FJC, com o risco de não poder mais voltar a Guadalupe, uma cidade cruel de gente implacável.

Quando cheguei já estavam lá, Jefté e Rubens (O Rubão).
Depois chegou a Cleide. Esperávamos o carro.

O carro chegou... Um fusca!

Íamos viajar, eu, Jefté, Rubão, Cleide e Manoel em um fusca de Guadalupe até Pojuca, mais de 1.700 Km em um fusca...

Passamos na casa do Manoel e pegamos ele...

Seguimos viajem... A diversão era contar jumento. O lado que tivesse menos pagaria o refrigerante... O motorista, como todo bom fiscal do Sarney, pediu a nota... além disso precisava prestar contas...

Dormimos em um hotel em Juazeiro da Bahia, acho eu. Não conhecia nada e era a primeira vez que ia pra um estado diferente do Maranhão e do Piauí. Foi a primeira vez que dormi em um hotel também.

De manhã cedo continuamos a viagem...

A primeira cena impressionante para mim foi o verde do recôncavo. eu nunca tinha visto plantas tão verdes na minha vida... É claro que em Guadalupe tinha verde, mas não daquele jeito. Não aquele verde.

Finalmente chegamos na FJC. Arqueados, famintos, cansados. E o pobre do motorista que ainda ia voltar?

Fomos recepcionados pela diretora do Campus... Ao fundo uma música que me faz chorar quando ouço... Um quase plágio de Gimme Shelter dos Stones em tom profético nos dizia:

Ôôôôôôôô crianças, isso é só o fim, isso é só o fim!