segunda-feira, setembro 20, 2010

A parábola do porquinho limpo

Era uma vez duas amigas, uma era dona de uma fazenda no estilo antigo, com gado, cabras e porcos. Os porcos dessa fazenda viviam em uma pocilga (evidentemente) no estilo tradicional, no chão e consequentemente cheia de lama preta e fétida como deve ser qualquer pocilga que justifique tal nome.

A outra amiga era uma dondoca rural, ou seja, não tinha muita relação com as dondocas tradicionais, mas se achava chique e no auge dessa "chiqueza" resolveu criar um belo porquinho daqueles cor de rosa que se vê em criadouros modernos e limpos (bem diferentes daqueles porcos de pelagem preta da fazenda).

Certa vez em uma conversa a amiga chique disse para a fazendeira:
- Não sei como você consegue conviver com aquele cheiro horrível e aqueles animais horrorosos que você cria. Ao que a fazendeira retrucou:
- Os meus porcos não são diferentes do seu.
- O quê? Você tá doida? meu porco é cheiroso, bonitinho e jamais iria fazer aquelas porqueiras que os teus porcos fazem.
- Só não faz porque não está lá dentro da pocilga se lambuzando na lama e comendo da lavagem que dou aos meus porcos. Na hora que ele entrar lá vai agir igual aos outros.
- Duvido! - disse a dondoca - Se eu colocar meu "fofucho" ali dentro ele não vai se misturar, vai ser um raio de sol na escuridão.
- Vamos testar então?

Depois de exitar um pouco a dona do porquinho aceitou deixar o porquinho dentro da pocilga para ir pegar no dia seguinte.

Quando chegaram no dia seguinte depararam-se com a seguinte cena:

Final 1:
O porquinho estava todo enlameada, preto igual aos outros porcos, na mesma lama podre e comendo no mesmo cocho dos demais, feliz da vida.

Final 2:
O porquinho não se enturmou, não queria participar de nada que os outros faziam, mas mesmo assim ficou todo enlameado e com o mesmo cheiro e cor dos outros e, mesmo a contragosto, teve que comer da mesma comida, que era até melhor que a ração sem gosto que comera a vida toda, mas que ele sabia que o estava matando por dentro.

Final 3:
Tão logo se viu dentro da pocilga o porquinho, esperneou, se debateu e tentou sair do chiqueiro. Ao ver que aquele porco não era da sua turma os outros o hostilizaram e mataram o porquinho.

Moral da história: Político é tudo igual, se não for igual é porque não é político. Ou quem se mistura com porcos fuça na lama com eles.

Por isso que meu voto é e será sempre nulo pois não importa em quem você vote, eles vão pra mesma pocilga, alguns prazerosamente, outros de forma envergonhada, mas não há como não se lambuzar na lama.

Copiem, mas mencionem o autor: Jesse James Matos Soares