terça-feira, julho 25, 2006

Israel usou "força desproporcional" na Faixa de Gaza, diz ONU

Reuters
Por Nidal al-Mughrabi

GAZA (Reuters) - O bombardeio israelense da única usina de energia da Faixa de Gaza foi um caso típico de uso desproporcional de força e tem profundas consequências humanitárias, afirmou nesta terça-feira a principal autoridade para as operações de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Trata-se de um caso claro de uso desproporcional (da força)", disse Jan Egeland, subsecretário-geral da ONU para os assuntos humanitários. Egeland visitava a usina de força destruída na cidade de Gaza.

"A infra-estrutura civil deveria ser protegida. A lei é muito clara. Não se pode interpretá-la de outra forma", acrescentou.

Israel bombardeou a instalação de 150 milhões de dólares no mês passado, ao lançar uma campanha militar depois da captura de um soldado israelense por militantes palestinos.

O gerador de 140 megawatts, construído ao longo de cinco anos, fornecia cerca de dois terços da eletricidade consumida na Faixa de Gaza, onde moram cerca de 1,4 milhão de palestinos. Serão necessários ao menos dez meses para recolocá-lo em funcionamento.

Desde a destruição da usina, grande parte da região está às escuras e muitos palestinos dependem agora da eletricidade importada de Israel. Apesar de algumas famílias e empresas possuírem geradores, há pouca oferta de combustível na Faixa de Gaza para alimentá-los.

SUPRIMENTO DE ÁGUA

Destruir a usina de força também gerou consequências para o fornecimento de água na região, já que as bombas de água dependem de eletricidade para funcionar.

"Essa usina é mais importante para os hospitais, para as redes de esgoto e de água, para os civis do que para qualquer homem do Hamas ou da Jihad Islâmica com algum tipo de míssil em seu ombro", afirmou Egeland. "Ele não precisa tanto de eletricidade como uma mãe que tenta cuidar de uma criança".

Simultaneamente, o diplomata norueguês afirmou que os foguetes disparados pelo Hamas e por outros grupos militantes contra Israel precisam parar e, com isso, as incursões militares do Estado judaico na Faixa de Gaza.

As forças israelenses passaram a atacar a região depois da captura de um soldado. Desde o início de suas operação ali, Israel já matou cerca de 115 palestinos, a maioria deles civis. Muitos prédios da Faixa de Gaza também foram destruídos nos ataques com mísseis, entre os quais vários ministérios do governo palestino.

Os combates abriram, pela primeira vez, o que se transformou em duas frentes para as forças israelenses, que também enfrentam militantes do Hizbollah no sul do Líbano desde a captura de outros dois soldados de Israel no dia 12 de julho.

Segundo Egeland, os combates nas duas linhas de frente precisavam ser interrompidos imediatamente a fim de que a crise não se aprofunde. "A comunidade internacional precisa trabalhar com as partes envolvidas para romper o círculo vicioso de mágoa e violência", disse.

Minha pergunta é: quem vai parar essa nova expansão territorial dos sionistas?